12 AUTORIDADES TRADICIONAIS DAS ALDEIAS DO ALTO SUNDI, encontram-se desde a semana passada dia 12 de Maio de 2023 na Cidade de Cabinda para uma audiência colectiva junto a Governadora provincial com o intuito de exigir a intervenção do governo para a construção definitiva da estrada que liga a aldeia de Caio Guembo e que circunda todo alto Sundi, na sequência da capotagem de um camião de transporte de pessoa e bens e respectivo desabamento da ponte sobre o rio Lombe.
As autoridades tradicionais referem que enquanto não obtiverem uma resposta plausível junto da governadora não têm pressa de regressar ao Miconje, até que se diga ao menos o tempo do início das obras.
Lembram que, a delegação já foi recebida pelo vice-governador para o sector econômico Dr. Romão Macário Lembe, que prontamente criou as condições de receção para um primeiro contacto a fim de auscultar aqueles chefes tradicionais.
"Nós deixamos as nossas aldeias, as nossas famílias e os nossos trabalhos de campo para mais uma vez tratarmos junto da nova governadora de Cabinda Mara Quiosa uma solução definitiva sobre aquela estrada, afirmaram os chefes tradicionais junto do vice-governador.
Disseram ainda que, nós vamos aguardar pacientemente até que a titular máxima da Província se pronuncie sobre a preocupação que nos foi incumbido pelo povo."
Aquelas autoridades visivelmente preocupadas, não medem as palavras dizendo que, a situação da estrada do alto Sundi é de longa data, desde a independência de Angola em 1975 nunca recebeu obras de asfaltagem em toda extensão da Comuna e acusam as autoridades competentes de negligencia em dar uma solução atendendo os recursos existentes no território e a importância que aquela comuna tem para o desenvolvimento sócio econômico da região e das populações no que se refere a agricultura e o comercio.
A situação das pontes naquele troço de apenas 80 km no alto sundi na comuna do Miconje é dos mais graves problemas que não dão sossego as populações. Ao longo de toda via nenhuma ponte foi construída, limitam-se apenas a montar pontes de madeira. Com isso, o perigo é permanente, no mês de Abril do ano em curso um camião de transporte de pessoas e mercadorias capotou na ponte sobre o rio Lombe na aldeia do Kilamba na sequência do desabamento da mesma, não deixando vítimas humanas. Esse acontecimento, provocou o corte da via e da circulação de viaturas e bens de primeira necessidade por um longo período.
Promessas eleitorais têm sido feitas desde ao tempo do ex-presidente José Eduardo dos Santos até ao actual presidente da República, João Lourenço, mas nunca foi feito nenhum trabalho definitivo, a contar apenas algumas obras paliativas de nivelamento da picada com a colocação de pontes de troncos de árvores, o que tem provocado vários acidentes de viaturas e a perca de vidas humanas e de bens.
As chuvas que se debatem na floresta do Mayombe em Cabinda, a segunda maior Floresta do mundo depois da Amazónia, são um grande empecilho que impedem a circulação de viaturas e passagem de pedestres, estes arriscam a atravessar rios inundados na busca de sobrevivência. Lamentaram aquelas entidades do poder tradicional em Cabinda a Radio Luso-americana.