O Viaduto da Rua Benjamin Constant, em Juiz de Fora, vai se chamar Roza Cabinda, segundo anúncio feito pela prefeitura Margarida Salomão.
Roza foi escrava de Henrique Halfeld e primeira negra juiz-forana a utilizar a Justiça para obter a liberdade.
Depois de iniciadas as obras para construção do novo viaduto na Rua Benjamin Constant, a prefeita Margarida Salomão informou que o espaço vai receber o nome de Roza Cabinda, primeira negra a utilizar a Justiça para obter a liberdade em Juiz de Fora.
“Neste momento em que a gente tá fazendo a releitura da história e a valorização da luta Rosa pela liberdade, a gente acha que este viaduto, conforme foi pleiteado pelos movimentos negros, vai, naturalmente, se valorizar com o nome dela”, disse a prefeitura em entrevista à TV Integração.
Conforme informações da Secretaria de Mobilidade Urbana (SMU), trata-se do primeiro viaduto do município a receber nomenclatura de uma mulher.
As obras foram iniciadas no dia 15 de maio e têm previsão de duração de 12 meses. Quando concluído, o equipamento vai ligar a Zona Leste ao Centro. Ao todo, o investimento é de R$ 17 milhões.
Quem foi Roza Cabinda?
Roza nasceu na África, embarcada no Porto de Cabinda. Foi sequestrada e trazida para o Brasil para ser escravizada.
Escrava da família Halfeld, em 1873, ofereceu a Halfeld o valor pelo qual havia sido avaliada em 1867 e requereu sua liberdade. O comendador negou libertá-la.
Ela, então, apadrinhada pelos filhos do comendador, entrou na Justiça requerendo a liberdade. Roza disputou na Justiça, venceu e conquistou a liberdade.
A africana também dá nome à Medalha Rosa Cabinda, prêmio que reconhece a luta das mulheres indicadas e valoriza as contribuições para o crescente avanço de Juiz de Fora.
A iniciativa foi criada como uma espécie de contrapartida à Medalha Henrique Halfeld, entregue pela Prefeitura de Juiz de Fora e que costuma homenagear homens.